O superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego em Santa Catarina, Rodrigo Minotto, ouviu reclamações contundentes dos presidentes das entidades sindicais de trabalhadores, durante audiência realizada na Câmara de Vereadores, na tarde de terça-feira. Pedidos de fiscalização sobre as condições de trabalho e de segurança nas empresas, sem retorno; burocracia excessiva (o pedido de fiscalização vai a Joinville, que designa o fiscal); filas de trabalhadores à espera da emissão da Carteira de Trabalho, devido à falta de servidores para atuarem na agência do Ministério do Trabalho e Emprego, que atende toda a microrregião, foram algumas das queixas dos dirigentes sindicais. A iniciativa da audiência partiu do vereador Francisco Alves (PT).
"A situação é delicada, falta servidor e Concursos Públicos estão suspensos, precisamos de ações imediatas. Mas parece que isto está fora da realidade", criticou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário, Gildo Antônio Alves, que chegou a propor que os próprios sindicatos contratassem um novo fiscal e cedessem à agência do Ministério. "Existe uma revolta dos trabalhadores pela falta de segurança e fiscalização", reclamou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção e do Mobiliário, Helenice Vieira dos Santos, lembrando que a estrutura do órgão federal é a mesma há 10 anos, mas que hoje "Jaraguá do Sul vive outra realidade". Helenice lembrou que "é preciso cobrar responsabilidade também dos empresários".
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos, Plásticos, da Borracha e Papelão, Sérgio Ferrari, manifestou preocupação maior com as doenças do trabalho e os acidentes de trabalho, também reivindicando outro fiscal para a microrregião. Já o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Luiz Ortiz Primo, sugeriu que "se oficialize um convênio e a Prefeitura possa ceder mais um servidor para atuar pelo Ministério do Trabalho e Emprego, no município". O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, Vilmar Garcia, lembrou que a entidade homologa rescisões de trabalhadores não pertencentes à categoria, para solucionar os problemas. "Não é fácil ganhar a conta e ainda ficar esperando em filas", reclamou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação, Valcir Braga Rodrigues.
Explicações
Rodrigo Minotto disse que "a distribuição do orçamento da União depende do Ministério do Planejamento que, infelizmente, não tem vontade política para viabilizar recursos. Em Santa Catarina temos uma situação difícil, precisamos resolver o problema de cada município. Em Jaraguá do Sul, são até 100 pessoas por dia encaminhando pedido da carteira de trabalho, a liberação do seguro desemprego também é problema, fiscalização é uma queixa diária", reconheceu o superintendente. "Atendemos dentro das possibilidades humanas e materiais", disse. Minotto pretende resolver "o problema pontual", lembrando que dois servidores já foram viabilizados: "Tenho limite, mais um servidor, só se for por concurso público". Ele sugeriu que os sindicatos façam um documento conjunto à superintendência, relatando os problemas quanto à fiscalização na região. "Vamos agir diretamente", prometeu. T
Nenhum comentário:
Postar um comentário